Isaac Asimov Sobre O Destino Compartilhado Da Humanidade


"Recebi uma carta na qual um jovem disse: 
«Quem deu aos Estados Unidos o direito de dizer ao Brasil o que fazer? E se o Brasil nos disser que nós produzimos muito mais dióxido de carbono do que qualquer outra nação? Porque temos mais automóveis, mais motores, mais indústria, e estamos poluindo a atmosfera muito mais numa base per capita do que qualquer outro na Terra? E, portanto, por que não teria ele o direito de mandar-nos diminuir a nossa indústria e acabar com a nossa poluição em vez de mandá-los não desmatar suas florestas?» 
E eu o respondi, dizendo: "você falou muito bem, mas agora reveja o meu artigo, e procure por onde eu disse que deveria ser os Estados Unidos os que fariam essas decisões. Eu não disse em lugar nenhum ser direito dos Estados Unidos dizerem ao mundo o que fazer, ou ser seu direito fiscalizar o mundo. E, de fato, chegamos ao cerne da questão. 
Que estamos enfrentando problemas que transcendem nações. Quando falamos sobre o Efeito Estufa, falamos de algo que não somente afeta os Estados Unidos, nem só o Brasil. É algo que muda toda a Terra, e para pior. 
Se a população chegar ao estado em que houvermos destruído os recursos da Terra, não importará que nação seja a mais populosa: todos seremos prejudicados. Independentemente de quem começou a guerra, ou de qual os alvos das bombas nucleares, todos sofreremos. Você pode ver a lista de perigos que ameaçam a humanidade, e o grande problema em questão é que eles ameaçam a humanidade, e não uma seção particular dela. 
Eu não consigo ver nada em favor das ideias que distinguem grupos de seres humanos.
Somos todos seres humanos. 
Se existe algo biologicamente certo sobre a espécie humana, é que é uma espécie, e humana.
Uma espécie! 
As semelhanças entre nós são enormes. 
As diferenças são triviais."

~ Isaac Asimov, Como Salvar a Civilização, min. 3:50



Foto por caribb @ Flickr

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