Nós Os Primitivos



"Se lermos o trabalho de antropólogos que estudaram diferentes grupos de pessoas, 'tribos primitivas' como lhes chamamos.. 
E era claro para mim ao olhar para os trabalhos dos antropólogos que algumas tribos eram ferozes e algumas tribos eram pacíficas. Claramente não era uma qualidade universal, ela dependia das condições sob as quais eles viviam. 
E este tipo, Collin Turnbull escreveu este livro sobre o povo da floresta e o povo da montanha. O povo da floresta, os pigmeus da floresta viviam sob o tipo de condições que os tornava violentos. As pessoas na montanha vivia sob tipos diferentes de condições e eram pacíficas."
~ Howard Zinn, You Can't Be Neutral On a Moving Train (Não podes ser neutro num comboio em movimento) http://youtu.be/gVZ3RBCmRu0

“Durante cinco séculos, o mundo viveu sob a dominação da Europa, que impôs os seus valores 'universais', democracia e direitos humanos, equidade humana, direito ao desenvolvimento. Hoje o mundo olha para o declínio do Ocidente e reinvindica o direito de reescrever a história da subordinação ao Ocidente. Através de violência (colonização, comércio de escravos), a Europa impôs os seus supostos valores universais para provar a sua supremacia, mas só gerou pedintes e exilados. 
Os sem-abrigo são pedintes, famílias de pai\mãe solteiros, todos aqueles que lutam para encontrar o seu lugar num mundo materialista e individualista. Exilados são estrangeiros, pessoas idosas, condenadas à solidão. Que civilização é esta na qual um encontra o seu lugar somente se ele estiver entre a primazia da vida, fisicamente atractivo, saudavel, bem sucedido, e macho? 
Africanos consideram inaceitável a maneira como tratamos os idosos. Muçulmanos fazem troça do nosso criticismo à poligamia, mas nossos homens tornam a poligamia uma norma de facto. Há mais solidariedade entre os habitantes das favelas que entre os estados desenvolvidos, afogando na burocracia. Desigualdade explodiu. O trabalho foi desvalorizado face à omnipotência do dinheiro e retorno do capital. 
Barbárie está a rebentar de nós quando lutamos contra aqueles que praticam nem nossa língua nem nossa religião, conduzem guerras 'justas', que causam somente caos e violência, guerras por petróleo e acesso às fontes de energia na África. O Ocidente, seguro do seu sucesso, está em todo o lado, com impunidade atropelando o valor daquelas pessoas a quem supostamente veio para civilizar. Como nos atrevemos a dizer que uma civilização é superior às outras se ela é construída com arrogância, xenofobia, conquista, dominação e exclusão?”
~ Sylvie Brunuel, Quem é o Bárbaro? Libération

0 comentários: