O Paradoxo da Crise – A Necessidade De Poupar e A Influência Social Para Gastar



“O sistema de divida e crédito… É uma história acerca de nós, as pessoas, a serem persuadidas a gastar dinheiro que não temos em coisas que não precisamos para criar impressões que não vão durar em pessoas com as quais não nos importamos.”
Tim Jackson, Professor para o Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Surrey e Director do Grupo de Investigação em Estilos de Vida, Valores e Meio Ambiente (RESOLVE) da ESRC, Comissário de Economia na Comissão do Desenvolvimento Sustentável no Reino Unido e autor de Prosperity Without Growth: Economics for a Finite Planet (Prosperidade Sem Crescimento: Economia para um Planeta Finito), na sua TED talk Análise à Realidade Económica ele explica o paradoxo de viver em tempos de crise, o paradoxo entre as necessidades das pessoas de “poupar, poupar, poupar” e a continuação de uma influência sócio-económica de “gastar, gastar, gastar,” e sugere uma solução de redefinir a prosperidade: para valores altruístas, significativos se espalharem pela sociedade em prol de alcançar uma visão “nós” da prosperidade.
Na crise, na recessão, o que é que as pessoas querem fazer? Querem encolher, olhar para o futuro. Querem gastar menos e poupar mais.” 
“Mas poupar é precisamente o que não se deve fazer, de ponto de vista do sistema. Keynes chamou a isto o “paradoxo da poupança” — a poupança abranda a recuperação. E os políticos estão constantemente a pedir-nos para atrair mais dívida, para recorrer ainda mais às nossas economias, para podermos andar para a frente e manter em andamento esta economia baseada no crescimento. É uma anomalia, é onde o sistema está de facto em conflito com quem somos como pessoas.”


A Solução da Crise – Edificar Influência Social de Valores Significativos Altruístas Que Concedem Às Pessoas A Liberdade Para Se Tornarem Totalmente Humanas
“Trata-se de sermos abertos. Trata-se de permitirmos a nós próprios a liberdade de nos tornarmos completamente humanos, de reconhecer a profundidade e extensão da psique humana e de construir instituições para proteger o altruísta frágil de Rembrandt dentro de nós. 
“[Trata-se] ..de redefinir um sentido de prosperidade com significado nas nações mais ricas, uma prosperidade com mais significado e menos materialista que o modelo à base de crescimento. 
Portanto, isto não é apenas uma fantasia pós-materialista do Ocidente. Na verdade, um filósofo Africano enviou-me uma carta quando “Prosperidade sem Crescimento” foi publicado, onde apontou as semelhanças entre esta perspetiva da prosperidade e o conceito tradicional Africano de “ubuntu”. “Ubuntu” diz: “Eu sou porque nós somos.” A prosperidade é um empreendimento coletivo. As suas raízes são extensas e profundas — as suas bases, tentei demonstrar, já existem, dentro de cada um de nós. 
Portanto isto não se trata de estar no caminho do desenvolvimento. Não se trata de derrubar o capitalismo. Não se trata de de tentar alterar a natureza humana. O que aqui estamos a fazer é estar a dar uns simples passos a caminho de um sistema económico adequado a um propósito. 
E no núcleo desse sistema, estamos a colocar uma visão mais credível, mais resistente e mais realista do que significa ser um humano.”

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