Desunião Europeia


"Desgraçado o país que precisa de heróis."
~ Bertolt Brecht

Temos uma apta predisposição para escolher modelos exemplares, ícones ou salvadores, condições económicas, sociais e políticas reunidas, se pensarmos bem sobre isso foi assim que foram a maioria, senão a totalidade dos ditadores eleitos

"Estamos sempre à procura de líderes.."
~ Jiddu Krishnamurti http://youtu.be/t9h1Rzwv31A

"Todo o vilão é um herói na sua própria mente."
~ Tom Hiddelston

"Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo..
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana..
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
...Estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"
~ Fernando Pessoa, Poema em Linha Recta

Agora, como uma UE conectada, a Europa pode se elevar ou cair. A crise política e económica da UE pode ajudar a surgir um novo Hitler Europeu. 
"Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo, foi presidente do Eurogrupo durante oito anos, até há dois meses. Numa entrevista ao semanário alemão Der Spiegel desta semana diz que os velhos demónios que no passado levaram países europeus a entrar em guerra “não desapareceram”. “[Os demónios] estão apenas adormecidos, como as guerras na Bósnia e no Kosovo mostraram”, diz. E confessa que o assusta ver as semelhanças entre as circunstâncias da Europa de há 100 anos e o contexto actual europeu.

Juncker enumera exemplos de recentes episódios que deixaram “feridas profundas” ou que o chocaram: a forma como alguns políticos alemães atacaram a Grécia quando o país entrou em crise e os cartazes em protestos de rua em Atenas mostrando Angela Merkel de uniforme nazi. “Sentimentos que pensávamos estar, enfim, relegados para o passado vieram à superfície”, diz Juncker."
~ Ana Dias Cordeiro, Público

Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la. De fato, estamos a assistir a um impasse na resolução de várias crises de aparecimento simultâneo e a diferentes níveis. É uma mudança no nosso entendimento da vida, e como um resultado, da sociedade que vivemos. Se dermos uma resposta decisiva a estes desafios, poderemos estar à beira de uma era de oportunidades históricas em termos de escolhas e liberdades alargadas.

Unidade é a grande necessidade imediata. A economia global tornou muitos países ricos e muitos outros países carenciados. Todavia, ela também tornou esses países irreversivelmente conectados. Agora, como uma UE conectada, a Europa pode se elevar ou cair. Se eles escolherem combater a crise juntos, eles vencerão e a inteira economia global se beneficiará. Mas se eles optarem abandonar os países problemáticos assim que estejam em dificuldades, isso terá repercussões horrendas na Europa e possivelmente no resto do mundo.


“A crise política e económica da UE pode ajudar a surgir um novo Hitler Europeu”, adverte o historiador britânico professor Geoffrey Roberts. Ele acredita que o atual aumento de ultra-nacionalismo na Europa se assemelha ao de 1930 como a história tende a se repetir. … 
“Se a zona do euro entrar em colpaso, se a EU entrar em, o cenário mais provável seria substituído por diferentes frentes nacionalistas. Uma boa pergunta seria: quais formas de nacionalismo, quão extrema e perigosas elas vão ser?”.
“‘Esta é a lição histórica, o que aconteceu antes da Segunda Guerra Mundial, particularmente na década de 1930, quando houve uma crise semelhante à que estamos passando agora. O resultado disso foi o surgimento do nacionalismo extremo, o surgimento de uma série de regimes autoritários e do tipo nazistas na Europa’”.
~ RT

"Qual é o fracasso da liderança hoje? 
E porque não está a nossa democracia a funcionar? 
Eu acredito que o fracasso da liderança foi que vos retirámos a vocês do processo.. 
Pergunta: Você parece sugerir que o caminho em frente é «mais Europa» e esse não parece ser um discurso fácil na maioria dos países europeus.. 
George: Penso que uma das piores coisas desta crise foi que iniciámos o jogo da culpa, e a ideia fundamental na Europa é que não podemos cooperar além fronteiras ou além dos nossos conflitos e trabalharmos juntos. 
E o paradoxo é que enquanto tivermos este jogo da culpa temos menos potencial para convencer os nossos cidadãos de que devemos trabalhar juntos enquanto agora é realmente a hora em que devemos reunir os nossos poderes. 
«Mais Europa» para mim não é simplesmente dar mais poder a Bruxelas é na realidade dar mais poder aos cidadãos da Europa, ou seja, tornar realmente a Europa um projecto do povo."

De fato, estamos a assistir a um impasse na resolução de várias crises de aparecimento simultâneo e a diferentes níveis.

A um fenómeno a uma escala global que ultrapassa mesmo as fronteiras europeias, que nunca antes surgira e que coloca em questão todos os aspectos da nossa existência. a um nível mais individual com o domínio assustador do Individualismo a criar uma sensação generalizada de vazio e solidão; familiar com as inúmeras dificuldades de relacionamento, que culminam em separações dolorosas; a um nível socio-económico com o aumento exponencial de conflitos políticos, sociais e religiosos por todo o Mundo.

Desde o desemprego massivo à da pobreza extrema e a ecologia com o crescente aparecimento de alterações climáticas e de desastres naturais.

Nos últimos milhares de anos, movendo-nos pelos nossos desejos internos de alcançar maior progresso social, económico, tecnológico e científico, negligenciámos uma compreensão mais integrativa de quem somos, a de que somos parte da Natureza. A convicção que foi ganhando maior aceitação e que ainda hoje é o paradigma predominante é a de que, como espécie, estamos separados das outras formas de vida, uns dos outros como indivíduos e até da própria Natureza e consequentemente, não estamos sujeitos às suas leis.

Mas com esta crise atual, global, onde todos os sistemas se encontram afetados, temos a oportunidade de compreender melhor como tudo está intimamente ligado, influenciando-se mutuamente como consequência da sua interdependência. Esta permite-nos compreender que todo o universo é um sistema fechado, regido por leis da Natureza comuns, as quais atuam no sentido da criação de um Mundo Integral e que nós somos parte integrante, sendo-nos prejudicial impor as nossas aspirações egoístas como se estivéssemos separados de tudo o resto.

A nossa missão, mais simples do que parece, é apenas a de reconhecer as limitações da vontade humana, aceitar que somos todos dependentes uns dos outros, acreditar que estamos a assistir ao início de um novo nível de desenvolvimento da Humanidade, em que se cada um agir cooperativamente, pensar de modo integrativo e amar empaticamente todos os outros seres humanos, vamos encontrar de novo o equilíbrio e descobrir um Novo Mundo de abundância para Todos, através destes novos valores instituídos e de uma nova Educação.

Como diz Gene Scklover PhD, "ao darmos o primeiro passo nesse caminho, vamos sentir o alívio do exílio, uma sensação de finalmente voltar para “casa” através do Bem Ser e Estar que vamos sentir.”

É uma mudança no nosso entendimento da vida, e como um resultado, da sociedade que vivemos. Para que esta mudança dure, necessitamos nos conscientizar que no nosso estágio de desenvolvimento humano, nós como indivíduos não podemos prosperar a menos que todo o mundo prospere também.

A nossa consciência, se estamos conscientes ou não disso, agora engloba toda a humanidade. Então para nos equilibrarmos com a força de doação da natureza, nós devemos ser positivos e contribuir com todos, em todas as partes. 

E porque a consciência do desejo da natureza de doar é o nosso primeiro e mais importante instrumento, o que devemos em primeiro lugar é ensinar aos nossos políticos sobre o papel e importância do mesmo.

Nós devemos mostrar-lhes que nós não estávamos conscientes até agora, e que a falta disso nos nossos pensamentos é a causa desta crise de hoje. Desta forma os políticos, que são mais sensíveis ao que funciona e ao que não funciona, saberão como e o porquê da necessidade de mudar sua política para que sejam adaptadas a este novo requisito actual. 
Unidade é a grande necessidade imediata” – é a grande necessidade desta hora. Não porque soa agradável ou porque nos faz sentir melhor, mas porque e a única maneira pela qual poderemos superar a deficiência que existe no nosso país. 
Eu não falo do deficit do orçamento; Eu não falo do deficit das contas de comércio; Eu não falo do deficit de boas ideias ou bons planos; Eu falo do deficit moral. Falo do deficit de empatia, de uma incapacidade de nos reconhecer nos outros; entender que somos os guardadores do nosso irmão; que somos os guardadores de nossa irmã; ... que estamos todos ligados uns aos outros em uma só peça de vestuário do destino”. 
~ B. Obama, Dr. King's Church Speech

À luz disto, tudo o que nós precisamos fazer é adicionar o adesivo, a substância que irá fazer esta peça de vestuário mais forte, e ao mesmo tempo macia e suave. E esta substância é a consciência de que nos unindo, estamos nos alinhando com a força de doação da natureza. 

Se dermos uma resposta decisiva a estes desafios,poderemos estar à beira de uma era de oportunidades históricas em termos de escolhas e liberdades alargadas. No entanto, se não actuarmos, as gerações futuras poderão recordar o princípio do século XXI como o momento em que se fecharam as portas para um futuro melhor para a maioria da população mundial.

Preocupamo-nos com a sustentabilidade ambiental devido à injustiça fundamental que representa uma geração viver à custa de outras. As pessoas nascidas na época actual não deveriam ter um maior direito aos recursos da Terra do que as que nascerem daqui a cem ou mil anos.

Podemos fazer grandes esforços para assegurar que a nossa utilização dos recursos mundiais não prejudica oportunidades futuras; não só podemos, como devemos. 
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países. Pois todas as crises trazem progresso. 
Criatividade nasce da angústia, tal como o dia nasce da noite escura. É na crise que a invenção nasce, bem como as descobertas feitas e grandes estratégias. Aquele que supera a crise, supera-se a si mesmo, sem ser superado. Aquele que atribui seu fracasso a uma crise negligência seu próprio talento e está mais interessado nos problemas que em soluções. Incompetência é a verdadeira crise. O maior inconveniente das pessoas e nações é a preguiça com a qual elas tentam encontrar as soluções para os seus problemas.

Não há desafio sem uma crise. Sem desafios, a vida torna-se uma rotina, uma lenta agonia.

Não há mérito sem crise. É na crise que podemos mostrar o melhor em nós. Sem uma crise, qualquer vento se torna uma carícia. Falar de uma crise é promove-la. Não falar dela é exaltar o conformismo. Trabalhemos duro em vez disso. Paremos, de imediato e para sempre, a crise ameaçadora que representa a tragédia de não estar disposto a superá-la. 
~ A. Einstein
“O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença. 
O oposto da arte não é a feiura, é a indiferença. 
O oposto da fé, não é a heresia, é a indiferença. 
E o oposto da vida não é a morte, é a indiferença."
~ Elie Wiesel, sobrevivente do holocausto

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