O Que Você Pode Aprender Dos Actores


"Uma qualidade especial de representar é que quando uma pessoa se aproxima de estar em contacto com o meio ambiente, ela "sai" dos seus problemas e qualidades presentes. 
Suponhamos que estou a experimentar certo drama pessoal. Para me posicionar correctamente a mim mesmo em relação ao meio, eu devo estar num estado diferente. Isto significa que eu tenho de “sair de mim mesmo,” esquecer as minhas próprias preocupações e "vestir" um papel diferente. E nessa nova forma, eu avanço para trabalhar com o colectivo. 
Ao trabalhar desta maneira, eu serei gradualmente capaz de solucionar os meus conflitos a certa extensão e compreender a sua causa e absorver ou acrescentar a mim mesmo os desejos e aspirações de outras pessoas, que causaram o conflito entre nós. Os conflitos podem permanecer durante algum tempo, em tal caso em certo ponto no futuro eu me recordarei deste conflito e serei capaz de o compreender, me tornar incluído nele e experimentar o estado dos seus participantes. 
Uma pessoa consegue "sair fora" da sua natureza e entrar noutro papel. Ela consegue literalmente se dissolver nele, completamente se separar dos problemas durante algum tempo, por muito trágicos que sejam. Estas são as oportunidades que conseguimos aprender dos actores." 
Estamos Sempre a Representar A Partir de Certa Personagem e Nunca Nos Comportamos Como Somos Realmente, Até Quando Estamos Sozinhos 
"Pergunta: Falemos sobre o papel da representação no método de educação integral. Você diz frequentemente que uma criança, tal como qualquer pessoa, deve aprender a se mudar a si mesma, a desenvolver a habilidade de trabalhar acima dos seus estados. 
Resposta: Uma pessoa tem de aprender a representar vários papeis e deste modo, se apresentar a si mesma aos outros num disfarce diferente do que ela é na realidade. 
P: Reparei que todos têm a habilidade de representar, não só os actores. Qual é a essência desta qualidade humana? 
Nós Estamos Sempre no Palco 
R: É claro, estamos todos a representar. Afinal, nós não sabemos como nos comportar. Os animais comportam-se naturalmente. Eles não têm sentimentos de vergonha ou inveja. Verdade, eles experimentam inveja biológica, se consegue chamar às emoções de um animal isso. Este sentimento que eles têm é determinado por factores biológicos. Os animais comportam-se como quer que a Natureza os tenha programado para se comportarem. 
Mas o desejo do homem está num nível mais alto. Ele trabalha duro a tentar ganhar aprovação social, respeito e honra. É como se ele estivesse a trabalhar para os outros em prol de receber conhecimento e vários privilégios deles. O homem deseja sentir o seu poder sobre os outros que são como ele e ele é compelido a representar à frente deles. Ele não consegue permitir a si mesmo a liberdade de exprimir as suas qualidades naturais. As nossas qualidades naturais nos tornariam numa mera manada de animais. Mas quando uma pessoa representa (que é o que todos nós fazemos), então não é mais uma manada. É uma sociedade humana. 
Ao executar diferentes papeis, tornamos a manada numa sociedade humana. É assim que diferimos dos animais. Estamos sempre a representar certa personagem e nunca nos comportamos da maneira somos realmente, até quando estamos sós. 
Quanto mais a humanidade se desenvolve, mais ela se envolve em comunicação mais apertada e as pessoas seguem constantemente exemplos que elas vêem nos outros. Desse modo, somos todos como actores, examinando o interior através dos papeis que observámos nos outros e "colocando-os" quando as circunstância certa surge. É assim que nos comportamos. Isso é natural para cada um de nós. Por vezes reparamos isto nos outros, tal como quando os adolescentes tomam actores famosos de Hollywood como modelos exemplares e tentam emular os seus personagens populares que representaram. 
Mas a habilidade de representar é algo diferente. Um actor representa um papel conscientemente em vez de inconscientemente, ao contrário de uma pessoa comum que reuniu vários exemplos deste a infância e simplesmente imita o comportamento dos outros. 
Numa fase específica começamos a compreender que a tarefa desse homem é chegar à total integração, se tornar como um homem, sentir cada um de nós como parte de um certo mecanismo natural inteiramente coordenado. 
Para isso, o homem tem de sentir a natureza dos outros e "entrar no jogo" com eles. Obviamente, não é um acidente que o homem tenha sido dotado com a habilidade de representar. Cada pessoa tem de sentir e compreender todos os outros. E para isso eu tenho de concordar inteiramente com a existência de algo que é oposto às minhas qualidades naturais. 
Eu sou um pequeno e primitivo egoísta que constantemente quer “empanturrar-se” de tudo para si mesmo. Mas para se conformar à sociedade para que eu possa conectar-me correctamente com ela, eu tenho de me tornar um actor. 
Então é maravilhoso que eu represente outras pessoas. A minha própria natureza me empurra para forçar todos a fazerem o que eu quero, até quando eu não sei o que é que eu quero. 
Mas para um artista, é importante fazer o oposto e aprender das outras pessoas. É importante para ele ser capaz de adaptar as suas qualidades aos outros e entrar no jogo com eles e isto não diminui a pessoa minimamente. Pelo contrário, é assim que ela se conecta com o meio ambiente e sobe a um nível mais alto. Assim, um estuda as pessoas e se aproxima delas, desenvolvendo a habilidade de estar na comunicação certa com elas."
~ The Psychology of the Integral Society
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página do autor http://bit.ly/19BF2P9

FOTO por Scott* @ Flickr

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